Texto Básico: “Aquele que anda com os sábios será cada vez mais sábio, mas o companheiro dos tolos acabará mal.”
Provébios 13:20
Pr. Eliú Ferreira
I – Meus Amigos e Meus Colegas
- Meus Amigos. O adjetivo amigo é aplicado comumente ao sujeito que não tem laços familiares, daí podemos perceber que mesmo se o familiar agir como agiria um amigo a expressão sentimental será diferenciada, pois existe uma linha tênue que divide essas duas formas de relacionamento. A caracterização substancial amistosa é perceptível no sujeito que demonstra propensão para a simpatia, acolhimento; é aquele que se destaca como alguém defensor, protetor, benigno. Creio que aqui já podemos dizer que meus amigos são aqueles que me amam em todo tempo (cf. Pr. 17:17)
- Meus Colegas. O que dizer então dos meus colegas, se não, que são aqueles que atribuímos ao invés de laços afetivos, vínculos corporativos, isto é, o que trabalha na mesma empresa, frequenta a mesma escola, participa de reuniões que carregam objetivos com fins comuns, pessoas que professam o mesmo credo religioso e etc.
A cautela nos torna capaz de discernir quem é o amigo e quem é o colega. Muitos jovens têm sofrido decepções em seus relacionamentos sociais, familiares por não acautelar-se frente a pessoas que hipoteticamente são amigos, entretanto se observado de perto, na verdade não passam de colegas. Portanto, acautelai-vos!
II – Meu Amigo da Guarda?
Nesse ponto perpassa a problemática que permeia a juventude. Ainda há muitos que acreditam existir o amigo da guarda, ou seja, a pessoa que estará sempre com ele em toda e qualquer circunstância da vida. A crença nesse fantasma tem levado muitos jovens a se insurrecionar contra os pais, o pastor e outras lideranças, pois estão firmes e convictos que todos são contra eles, menos o amigo da guarda.
Eles têm se apoiado nesses falsos amigos ao ponto de permitirem ser conduzidos por suas palavras e atitudes, simplesmente por causa do medo de perder esse (suposto) grande amigo e então se vê desprotegido, desamparado, rejeitado, não entendido.
Não podemos negar a necessidade e até mesmo a existência de amigos que estão o tempo todo conosco, todavia é necessário acautelar-se, pois eles não podem ser vistos como sendo o nosso baluarte. Se cada um de nós nos propusermos a fazer uma pequena pesquisa e perguntássemos para certo número de pessoas se algum dia elas se frustraram com alguém tido como amigo “íntimo”, perceberemos que a resposta será positiva em muitos casos.
Sendo assim, podemos afirmar que os amigos existem, mas os amigos da guarda não. Ora! Os amigos crescem e tomam rumos diferentes do nosso. Eles iniciam relacionamentos amorosos e se distanciam, casam-se, mudam-se, constituem famílias e alguns acabam se esquecendo de nós. Mas assim mesmo não deixam de serem amigos, pois onde estiverem se recorrermos a eles, com certeza iram nos ajudar se puderem.
Portanto, precisamos nos precaver diante dessa ideologia de um amigo da aguarda, frente a ideia de um amigo que vai te apoiar em todas as suas decisões, pois esse não existe, até mesmo porque é ser humano como nós, logo está sempre exposto ao risco de falhar.
III – As Amizades que Devo Cultivar.
Inexiste no mundo coisa bem mais distribuída do que o bom senso. Ora, mas o que é isso – o bom senso? É a capacidade desenvolvida por meio do raciocínio de julgar entre o certo e o errado. Converse com qualquer pessoa, seja ela conhecia ou não, e perceberá intrínseco nela a qualidade do bom senso.
Todavia para se julgar algo é preciso primeiramente conhecê-lo, dessa forma evitaremos sentenças injustas e preconceituosas. Quantos de nós deixamos de nos aproximar de pessoas pelo simples fato de considerá-las indignas, hein! Acredito que você já ouviu alguém dizer: “não fui com a cara daquele fulano”, ou “que menina metida, não vou chegar nem perto”. Contudo o tempo passa, há uma aproximação, então o discurso muda: “nossa quando você chegou aqui eu não ia com a sua cara” e todos “caem” na gargalhada, ou “ao te ver pela primeira vez te achei muito metida, só depois que percebi que não tinha ‘nada haver’ é só o seu jeito mesmo, mas você é super legal”, e desencadeia uma série de risadas.
Acautelai-vos, pois da mesma forma que sentimos dificuldades para iniciarmos uma nova amizade por não exercermos a aptidão pensante em nós, deixaremos de cultivar uma verdadeira amizade devido ao orgulho nosso de cada dia.
As amizades que devemos cultivar são de pessoas que estão dispostas a nos ouvir, aconselhar, corrigir; pessoas que se alegram conosco, mas que também choram (cf. Rm 12:15). Acautelai-vos e busquem aquilo que lhe fará bem, porém conserve no presente o que já o faz.
Conclusão:
Uma forma de se conquistar boas amizades é sendo amigo. Nós somos inclinados a procurar nas pessoas um catálogo que descreva suas perfeições e então julgamos se ela serve ou não para me aproximar e conquistar sua amizade. Você já ouvir falar sobre a Cama de Procusto? Essa pequena história nos exemplifica bem o que estamos falando aqui. “Procusto tinha um hotel na beira da estrada e todos quantos se hospedavam ali eram lançados em uma cama. Se o hospede fosse grande demais, o hospedeiro cortava-lhe as partes que passavam da cama, do contrário o esticava até definhar os membros.” O final da história é que todos acabam morrendo. Isto é, estabelecemos padrões e quem não se encaixar nele nós descartamos, se olharmos por este prisma mataremos a todos e acabaremos sem amigos. Acautelai-vos!
Meditação diária:
Segunda – Provérbios 17:17 | Terça – Provérbios 27:5-6 | Quarta – João 15:15
Quinta – Provérbios 27:9 | Sexta – Romanos 12:10 | Sábado –I Coríntios 15:33
Domingo – Salmo 22:8