Deísmo

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Pr. Eliú Ferreira

O deísmo é uma expressão nova da teologia cristã surgida no contexto do Iluminismo da pós-Reforma. Essa também conhecida como religião natural. Surgiu afirmando a autoridade suprema da razão em todas as questões religiosas. A dificuldade de definição da terminologia cooperou para a ideia um tanto que equívoca do que realmente era o movimento deísta.

No conceito popular, o deísmo ficou conhecido como a religião do “Deus que se ausentou” e que não se imiscuiu no mundo da natureza e da história. Para esses, “os deístas eram céticos que negavam a existência de milagres, dizendo que se tratava de leis naturais, e que rejeitavam qualquer coisa sobrenatural […] A maioria dos principais deístas dos séculos XVII e XVIII consideravam-se cristãos, mesmo que fossem da ‘ordem superior’.” (OLSON, 2001, p.532) Todavia, nem sempre eles rejeitavam abertamente tudo atinente ao sobrenatural. Porém, possuíam uma postura cética, no que diz respeito, aos milagres e as revelações especiais.

Esse movimento tinha como objetivo, mostrar que todo o conhecimento sobre as questões espirituais é adquirido por meio da razão, e não através de revelações, “que sempre aparece como suspeita e como instrumento de fanáticos e de pessoas de estabilidade mental questionável.” (CHAMPLIN, 2002, volume 2, p.38). O deísmo procurou provar que o cristianismo é a expressão mais sublime e melhor da religião da razão, puramente natural. Contudo, para esse entendimento ser executado, seria necessário extirpar algumas partes da teologia cristã tradicional ou reinterpretá-la de modo radical. “A divindade de Jesus Cristo e a doutrina da Trindade eram dois dogmas estreitamente relacionados do cristianismo clássico que muitos, senão a maioria dos deístas fez questão de desprezar.” (ONSON, 2001, p.533)

Matos diz que os deístas defendiam a ideia de uma religião universal e racional, algo que superasse as lutas sectárias e o dogmatismo, buscando, dessa maneira, introduzir uma nova era de paz, esclarecimento e tolerância. (MATOS, 2008, p.210) Eles podem ser definidos como os pensadores cristãos dos séculos XVII e XVIII que colocaram a razão humana acima da fé e da revelação especial.

Dessa forma, pode-se classificar o princípio deísta da seguinte maneira: “Nada deve ser aceito como verdadeiro por um ser inteligente, tal como o homem, a não ser quando é fundamentado na natureza das coisas e está em harmonia com a sã razão. Esse princípio talvez expresse o impulso universal do iluminismo em geral. O deísmo aplicava-o à religião e até mesmo ao cristianismo.” (ONSON, 2001, p.533)

Portanto, pode-se dizer que o deísmo é a crença num Deus que fez o mundo, mas nunca interrompe as operações deste com eventos sobrenaturais. Logo, é um teísmo sem milagres. Assim também como já foi dito acima, Deus não interfere na sua criação. “Pelo contrário, criou-a para ser independente dele mediante leis naturais imutáveis […] Na natureza, ele também providenciou tudo de que as criaturas precisam para viver.” (GEISLER, 2002, p.246) Essa última está relacionada com o pensamento filosófico, em contraste com o teísmo. Para eles houve um deus ou uma força cósmica que deu origem ao mundo, mas que, abandonou a sua criação, deixando-a entregue ao controle das leis naturais.

Há quatro tipos de deísmo. Eles concordam que existe um Deus, que criou o mundo. Assim como concordam que esse Deus não intervém no mesmo com ações sobrenaturais. Todavia, nem todos concordam com a preocupação de Deus com o mundo e à existência da vida após a morte para os seres humanos.

“O Deus sem preocupação. O primeiro tipo de deísmo foi em grande parte de origem francesa. De acordo com essa visão, Deus não se preocupa em governar o mundo que fez. Criou o mundo e o estabeleceu, mas não tem consideração pelo que vem acontecendo com ele depois disso.” (GEISLER, 2002, p.246)

“O Deus sem preocupação moral. Na segunda forma de deísmo, Deus se preocupa com os acontecimentos do mundo, mas não com as ações morais dos seres humanos. O homem pode agir correta ou incorretamente, justa ou injustamente, moral ou imoralmente. Deus não se preocupa com isso.” (GEISLER, 2002, p.246)

“O Deus com preocupação moral com esta vida. O terceiro tipo de deísmo afirma que Deus governa o mundo e se preocupa com a atividade moral dos seres humanos. Na verdade, exige obediência à lei moral que estabeleceu na natureza. Mas não há futuro depois da morte.” (GEISLER, 2002, p.246)

“O Deus com preocupação moral com esta vida e a próxima. O quarto tipo de deísmo afirma que Deus regula o mundo, exige obediência à lei moral baseada na natureza e preparou uma vida após a morte, com recompensas para os bons e castigos para os maus. Essa visão era comum entre os deístas ingleses e americanos.” (GEISLER, 2002, p.246)

 Embora haja essas diferenças entre os deísta, as crenças básicas de todos eles sobre Deus é que Ele existe e que é uma unidade absoluta – não Trino. O universo é sua criação e o mesmo flui por meio das leis naturais, essas leis fluem da própria natureza de Deus. Ele (Deus) não se compara ao universo, assim como um pintor de uma pintura, um relojoeiro de um relógio e um escultor de um uma escultura. Todavia, o universo revela muitas coisas sobre Deus.

Para o deísta Deus não se revela de outra maneira ao homem, somente por meio da criação. Logo, pode-se afirmar que a Bíblia deísta é o universo. Todas as outras revelações são invenções humanas. Com relação aos milagres existem deístas que afirmam que Deus não pode fazê-lo, com base na imutabilidade das leis naturais. Porém existem deístas que dizem que Deus pode fazer, mas não o faz.

TPG

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