O Deus que tudo vê

Uma simples leitura dos salmos nos deixa claro que se trata de um texto onde os escritores estão falando de Deus e para Deus, por isso é possível afirmarmos que esses poemas nos provocam primeiramente a fazermos uma leitura da alma dos poetas e consequentemente nos envolvermos de maneira para além de uma mera cognição, mas sim, como propõe a poesia hebraica atingir a mente do indivíduo através do coração, isto é, proporcionar uma resposta que supere a limitada razão humana.

Tehillim e Mizmor são os termos hebraicos utilizados para se referir aos salmos, enquanto esse primeiro diz respeito ao Hino (a letra) o segundo se refere a letra acompanhada da instrumentalidade, dessa forma, pelo próprio título do Salmo 139 podemos entender a referência direta a um mizmor nos mostrando que o mergulho nesse salmo precisa ser não apenas meditativo, mas também emotivo, porque sabemos que a música tem esse poder de mexer com a nossa alma.

O salmista percebeu que todos os seus pensamentos, sentimos e emoções estavam expostos diante de Deus o levando a sofrer uma epifania e passando a entender que Deus está em todos os lugares não apenas nos observando, mas nos sondando. E esse espanto o leva a declarar: isso é maravilhoso! A leitura da alma desse poeta permite a cada um de nós entendermos que os olhos de Deus estão sobre nós não prontos para nos castigar, mas sim, prontos a nos socorrer, os olhos Dele são olhos de misericórdia e não de punição. O salmista nos leva a entender que precisamos desejar sermos observados e sondados pelo Eterno o tempo inteiro, pois dessa forma Ele nos dirigirá pelo caminho eterno (v.24).

Jesus Cristo prometeu estar conosco até a consumação dos séculos e sendo Ele a expressão exata de Deus, ou seja, sendo Ele Deus, devemos louvá-lo, exaltá-lo e bendize-lo porque Ele nos conhece por completo, isto é, pensamento, sentimento e emoções e sempre está ai para nos ajudar. Lembre-se sempre Jesus nos olha como o Pai nos olhos: intima compaixão!