II Timóteo 4:9-18
Pr. Eliú Ferreira
Essa carta foi escrita por volta do ano 66 d.C., onde a perseguição ao cristianismo já havia eclodido. Nero, o imperador da época, estava matando os cristãos pelo fato de pregarem uma religião contrário à do império. Paulo, o apóstolo, encontra-se preso depois de ter sido acusado de organizar uma insurreição contra Roma e ter incendiado a Roma “baixa”. Os pesquisadores concordam que os cristãos não tiveram nenhuma ligação com o fato, pois ficou evidente a loucura de Nero e o seu anseio de construir um novo Império o levando assim a atear fogo em Roma.
Nessa ocasião o apóstolo encontra-se sozinho, não porque todos o abandonaram, mas devido ao fato de alguns dos seus verdadeiros colegas não conseguirem ir visitá-lo. Entretanto os que estavam com ele infelizmente o abandonaram. Nessas recomendações finais ele descarrega todo o seu coração para Timóteo demonstrando que estava sentindo a falta de seus colegas amigos.
É importante sabermos que existe uma diferença entre colega e amigo. O colega é aquele que exerce a mesma função ou profissão, todavia não constrói vínculo emocional nenhum com as pessoas ao seu redor. O colega/colega não desenvolve senso de responsabilidade pelo outro, pelo contrário, ele quer apenas se aproximar do outro para fins de deveres. Paulo nos da exemplos desses dois tipos de colegas nesses versos que lemos. Vamos utilizar apenas cinco nomes. O primeiro é o Demas. Esse é aquele tipo de colega que está com você somente até aparecer algo mais interessante para ele, pois no momento que aparecer ele te abandonará. O segundo é Alexandre, o ferreiro, esse colega não se distancia de você, contudo sempre está jogando contra, ele quer de todas as formas ver o seu fracasso. Demas e Alexandre sempre encontraremos em nossa caminhada, pois de uma maneira ou de outra eles nos fazem crescer, todavia não devemos estar apegados a eles.
Já o amigo é diferente, esse cria laços emocionais de maneira tal que mesmo que venha ficar tempos longe um do outro, quando se encontram parece que nunca se afastaram, parece que sempre estiveram perto um do outro. O colega/amigo é aquele que exerce a mesma função ou profissão, mas que também é capaz de criar laços, dessa forma não existe uma aproximação apenas para fins de deveres, mas sim para fins responsáveis.
O terceiro é Marcos, aqui se caracteriza aquele tipo de colega que a princípio não conseguimos desenvolver uma amizade. São aquelas pessoas que nós tendemos a rejeitar porque acreditamos que somos capazes de medir o outro e afirmarmos se são importantes ou não. Pois sabemos que o apostolo Paulo havia rejeitado Marcos, mas agora, como servo de Cristo que ele é, ele reconhece que Marcos cresceu bastante e se tornou não apenas um colega, mas um colega/amigo e entende a importância dele. O quarto é Lucas, esse é aquele que podemos contar sempre. Esse é aquele que faça chuva ou faça sol, sempre estará do nosso lado. Esse é aquele que fala de nós para os outros e da importância que temos para ele. Esse é aquele que Deus coloca ao nosso lado, pois sabe que precisamos de colegas/amigos como Lucas e Marcos.
Nesse relato o último nome que quero falar é do Cristo. Paulo afirma que esse não o abandonou em nenhuma circunstância, pois para o Cristo não existe limitações de tempo e espaço. Nossos colegas/amigos estão limitados pelo tempo/espaço e muitas vezes precisamos deles ao nosso lado, mas eles não conseguem chegar, não porque não querem, mas porque existem limitações para eles. Mas o Cristo, esse não pode ser impedido por nada de sempre estar conosco nos abençoando e nos dando forças.